31 de outubro de 2010

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por ..bee.. às 23:49 3 gritos de felicidade
Era madrugada e ela não conseguia dormir. Muito em breve o relógio despertaria anunciando um novo dia e a mesma rotina. Mais um dia chegaria, mais tempo para contar a saudade. Um mês desde os últimos beijos antes de entrar no ônibus...

Sentiu o coração apertado diante da lembrança e uma lágrima escorrendo pelo rosto. Levantou da cama e acendeu a luz, abriu a gaveta e achou em seu fundo a camisa dele. A camisa que ele lhe tinha dado. A camisa que para ele era especial e por isso mesmo a fez ficar comovida. Ela só tinha pedido uma camisa velha para abraçar nas horas de saudade e ele lhe dera uma com história. Uma história que ele contou com detalhes. Ele permitiu que ela fizesse parte de sua vida assim.

Lembrou dos dois deitados na cama abraçados, sem pressa para nada. Se sentia a dona do mundo deitada no peito dele. A criatura mais feliz na Terra. Lembrou do quanto chorou baixinho na última noite para ele não ouvir enquanto ela se perguntava como conseguiria ir embora na noite seguinte. Lembrou das lágrimas dele, devidamente disfarçadas, quando a hora de ir chegou. "Não chora", ele disse. "Não chora senão tudo o que passamos de bom aqui não vai ter valido à pena. Lembra apenas das coisas boas." E justamente pelas coisas boas que não teria mais, ela chorou.

Abraçou a camisa, sentiu o cheiro dele. Chorou. Chorou pelas lembranças. Chorou pela distância... Chorou pela saudade. Constatou que a camisa estava perdendo o cheiro dele. O tempo estava passando. Teve vontade de guardar a camisa de volta no fundo da gaveta, mas perdeu a coragem de se afastar dele novamente. Apagou a luz e deitou abraçada a camisa... "Só por mais cinco minutinhos", disse para si mesma. E adormeceu, antes mesmo dos cinco minutinhos passarem.

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26 de outubro de 2010

Fazendo #alocka!

por ..bee.. às 15:49 1 gritos de felicidade
Se o Diabo me fez ciumenta, Deus me fez sensata. Ainda bem! Talvez seja a idade chegando e a minha proximidade com o meu ascendente Leão... O fato é que até eu tenho me surpreendido com a frequência dos meus surtos, mas mais ainda com a rapidez em controlá-los. Deve ser a tal da maturidade começando a chegar: às vezes acho que eu realmente estou crescendo... (e entro numa Síndrome de Peter Pan horrora!! Mas isso é assunto para outro post.)

Estava na #badvibe hoje, conversando com o Rato, quando ele me disse que a Dançarina (ex dele) deixou scrap para ele. ROUND 1: sangue ferve! Mas como mocinha educada que eu sou, ignoro. E é então que ele imenda: Putz! Fiquei malzão agora.. Ela está triste... ROUND 2: COMO É QUE É? VOCÊ ESTÁ MAL PELA DANÇARINA? VOU TE DAR MOTIVOS DE VERDADE PARA VOCÊ FICAR MAL, SEEEU... Respiro fundo de novo e gentilmente aviso que vou sair do MSN. Abro o twitter e descarrego a minha raiva, angústia e tristeza. Sim, já estava na bad vibe e isso acabou com o meu dia. O Diabo do ciúmes estava sentado no meu ombro, fazendo toda a preocupação do Rato com a Dançarina martelar na minha cabeça. tim tim tim. Incessantemente. Fiz #alocka! Chorei, xinguei muito no meu twitter... E fui ver Grey's Anatomy. Não sei bem o que tem nessa série que em meio a todo o caos de um hospital eu consigo me acalmar. *sarcastic mode on* Sabe?

Foi então que eu recolhi toda a sensatez que Deus me deu e raciocinei. Deixei de lado o meu lado passional e meu sangue quente geminiano e apelei para o meu ascendete. Enxerguei os dois lados da moeda e voltei para conversar, sensatamente. Contei para o Rato do meu surto e de como eu já estava mais calma.

Que passado é PASSADO, todos nós sabemos, mas nem sempre temos o sangue frio de lembrar disso. Costumava cantar para o Ex (já que estamos falando de passado..): "Não se prenda aos meus amores de antes, pois todos tornaram-se pontes para me levar a você."... E eu realmente acredito nisso. Acontece que o Diabo do ciúmes me faz pensar: "e se sou eu que estou no caminho?". Porque o Rato e a Dançarina tinham uma história antes de mim. E às vezes eu tenho a impressão de que a história não teve um ponto final, mas foi interrompida porque eu entrei no meio. E é então que eu me sinto culpada, porque eu conheço a Dançarina, porque eu sabia que eles tinham uma história. Mas ao mesmo tempo, eu fechei os olhos e resolvi ignorar essa história. Escolhi não querer saber mais sobre isso porque se ela me contasse tudo, eu ia tentar me afastar... E eu já estava em uma posição em que me afastar já era impossível.

Bom saber que apesar de tudo, a minha boa e velha dualidade geminina continua intacta! E é aqui que eu recobro a sensatez, como se com a volta desse traço da minha personalidade a tivesse despertado. "Peraí! Ele está com você. Quando ele pôde escolher entre você e ela, ele escolheu você... Ele é seu desde então!". E como num passe de mágicas, o Diabo do ciúmes que estava sentado no meu ombro desaparece. Me lembro então das palavras de um amigo: homens como o Rato só ficam presos porque escolheram assim ficar. E então eu sei que tudo não passou de um surto. Eu só estava fazendo #alocka! para quebrar a rotina. Pronto! Já posso dormir em paz...

25 de outubro de 2010

Continue a nadar...

por ..bee.. às 16:35 1 gritos de felicidade


Sorte de hoje no orkut: Muitas das grandes realizações do mundo foram feitas por homens cansados e desanimados que continuaram trabalhando...

Sim meus amigos, continuar a nadar é preciso! Mesmo quando seus esforços não são reconhecidos, mesmo quando a animação inicial desaparece, mesmo quando todo mundo tente te fazer desistir.

"ninguém disse que seria fácil, mas ninguém disse também que seria tão difícil" como já diria o Coldplay... Mas é justamente por ser tão difícil, tão apavorante que sabemos que valerá a pena todo o trabalho, todo o cansaço, toda a luta.

Obrigada pelo apoio Fe, Bah e Nina.. E por me aguentarem na minha bad vibe!

#amomto

6 de outubro de 2010

Doce Setembro

por ..bee.. às 22:43 1 gritos de felicidade
Hoje eu estava assistindo "Doce Novembro" pela milésima vez e me dei conta do poder incrível dos filmes! Na verdade, de todas as formas de arte. Ou pelo menos daqueles que dependem da sensibilidade alheia. Acontece que a nossa percepção em relação aos filmes especificamente muda de acordo com a nossa vivência e nossas experiências. Acho que tudo em nossa vida devia ser assim... Acredito que as pessoas sábias e experientes já entenderam isso e vivem assim. Quem sabe?

Como eu disse, já tinha assistido "Doce Novembro" umas dez mil vezes! Mas nunca tive a percepção que eu tive dessa vez, nunca o interpretei dessa maneira; apesar de ter encontrado interpretações diferentes em cada uma das outras vezes. Chorei horrores todas as vezes, confesso. Quando estava no começo de namoro com o Ex, costumávamos discutir sobre a decisão da Sara: eu era a favor, ele contra. Eu a entendia! Mais do que isso, eu me identificava com ela. Imaginava que se eu tivesse câncer, não ia querer o homem que eu amo ao meu lado, me vendo definhar. Ia querer que ele lembrasse de mim nos nossos momentos bons e felizes. E então, quando eu terminei o namoro, desejava um final feliz para os dois, um "para sempre juntos", assim como eu também queria o mesmo final feliz para a minha história. E tive também meus momentos de solidão nos quais comprei a ideia de viver com um desconhecido ou um peguete por um mês e um mês apenas, e mudar a vida dele e deixar a minha ser mudada. O que eu nunca tinha percebido sobre o filme é que, além de ser uma história de amor, é uma história contemporânea, sobre o mundo em que vivemos... O filme é um relato sobre o tempo e o que fazemos com o tempo que nos é dado.

Em tempos onde time is money (tempo é dinheiro) é lei, tempo é a única coisa que a Sara pede para o Nelson. Tempo é a única coisa que nos custa imensamente dar (sem trocadilhos com o valor monetário, juro!). No entanto, tempo é a única coisa que vale à pena, que transcede, que é maior. Eles tiveram um mês juntos. "Novembro é tudo o que eu sei, novembro é tudo o que eu sempre quis.", Nelson declara. E o que faz esse tempo ser tão importante é a intensidade com a qual ele foi vivido. É o que faz com que um mês seja eterno, atemporal, inesquecível. Sim, eu sei que é uma história fictícia, mas na ficção esses personagens são reais, e esses personagens tiveram isso. Eles viveram em um mês o que muita gente sonha uma vida inteira em viver.

No fim das contas, "Doce Novembro" é sobre isso: fazer o tempo ser atemporal. A Sara teve um mês inteiro. Novembro. Eu tive uma semana. Uma semana de um doce setembro. Uma semana atemporal, eterna e inesquecível. Onde o tempo era o que menos importava, e por isso mesmo, tínhamos todo o tempo do mundo!

2 de outubro de 2010

Todas as trilhas caminham pra gente se achar

por ..bee.. às 23:20 0 gritos de felicidade
Tenho pensado bastante na vida e nas escolhas que fazemos. Aquelas escolhas que nos levam a momentos derradeiros, onde sabemos que dali para frente tudo vai ser diferente porque você já não é mais o mesmo. Tenho o péssimo hábito de guardar datas e eu acho que isso é coisa de historiadora mesmo. Sei que muitas vezes começos não são determináveis, mas ainda assim eu me esforço bastante antes de me dar por vencida.

Bom, minha viagem para Ouro Preto mencionada aqui foi ótima! Mais perfeita do que eu sonhava, mais real do que eu imaginava. E por mais louco que seja, eu não consigo deixar de pensar nos mil acasos que me levaram a ela.. E os outros mil tantos que me levaram a ele, ao meu Rato. "Eu queria ver você escrever a nossa história", ele disse. Por enquanto acho que eu só posso determinar o começo, porque eu ainda espero ter muitos e muitos capítulos a escrever. Por aqui pelo menos, ainda virão muitas histórias, muitas lembranças...

Mas será que o começo é mesmo algo tão importante? O marco zero? Hum... Como começamos? Sim, em uma noite em que eu queria alguém para conversar no msn porque estava mal. Culpa do Hippie. Então, começou com a ajudinha do Hippie. Ou teria sido do Psicólogo? Começou com um jogo, uma provocação. Terminou. Foi interrompida por um golpe do destino. Eu o tinha nas mãos, mas tive medo. Perdi. E de uma maneira louca, nunca deixou de ser ele. Passamos por poucas e boas e ainda assim eu estava ao lado dele, disposta a tudo. Talvez eu esteja destinada a continuar o legado da minha mãe: amando acima de tudo. Talvez essa seja a minha escolha: ficar ao lado dele, mesmo de longe. Mas acho que eu já não tenho mais escolha.

Tinha dúvidas, medos, inseguranças... Mas mesmo sem perceber, tinha um amor maior ainda, mais forte que tudo isso. E todas as dúvidas se foram nos cinco minutos que demorou entre o Rato ter me visto e ter me beijado. Cinco minutos e o tempo parou naquele momento. E o chão sumiu, e tudo começou a girar, e as pessoas ao meu redor não existiam mais. Cena de filme. E a nossa história é real.

Todos os riscos foram corridos em uma semana. Todo o tempo posto à prova. Todos os sonhos reafirmados. Toda a certeza do mundo de que há ainda muito para vivermos juntos. "Parece que foi feiro para mim", ele disse. Sim, feitos um para o outro, mas dessa vez, com uma forcinha do destino.

Eu me joguei mesmo.
 

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