16 de novembro de 2009

Quase perfeito

por ..bee.. às 14:57 3 gritos de felicidade
Ainda retomando às minhas fantasias de pré-adolescente... Sempre fui do tipo menininha romântica, que passava horas no quarto ouvindo N'Sync e sonhando acordada com o meu príncipe encantado... E em meio a esses meus sonhos, vivia pensando em como seria o encontro perfeito, aquele que faria com que eu me apaixonasse definitivamente... Era sempre aquele clichê: caminhar na praia, jantarzinho a luz de velas, ficar madrugada adentro conversando sem perceber a hora passar... E então a gente vai crescendo e entende que essas coisas planejadas não são tão legais, até porque as chances de não acontecer exatamente como se esperava é enorme, e isso acaba gerando frustração e decepção. E então, quando menos se espera, acontece: o encontro perfeito. O melhor dia da sua vida, e que você só vai se dar conta quando ele passar. O dia que, se fosse perfeito, você teria se apaixonado...

Já mencionei o Psicólogo aqui no blog, embora nunca tenha contado a nossa história de fato. Porém, como é uma história grande (e ainda sem fim), vou contar apenas um episódio: o nosso encontro perfeito que aconteceu por acaso. Estávamos em Salvador, Bahia, para um encontro de estudantes de artes. (O tal que eu mencionei aqui, em que o hippie também estaria, lembram?) Ficamos sabendo de um jazz que acontece no MAM de lá todo sábado, e eu como sou louca por jazz, fiquei mais do que tentada a ir. Para melhorar a situação, estava acontecendo uma exposição da Sophie Calle, artista que eu amo!

Como era o nosso último dia em Salvador, passei um tempo conversando com os amigos de lá e já em clima de despedida. Resultado? Perdemos a hora e acabamos chegando no MAM bem mais tarde do que eu planejava. Como eu fazia questão absoluta de ver a exposição, falei para os outros irem comprando o ingresso que assim que eu saísse da exposição eu iria para o jazz. E arrastei o Psicólogo comigo. "Você sabe quem é a Sophie Calle?", perguntei. E ele respondeu que não... e eu disse: "Então vai saber agora!"... A exposição se chamava "Cuide de Você", e é um trabalho que a Sophie fez baseado no email que seu ex escreveu ao terminar com ela... Bem feminina, bem sensível.. Linda, linda! Então, estava eu, maravilhada com aquilo tudo, quando olhei para o Psicólogo e vi que ele estava com lágrimas nos olhos... Ele tentou disfarçar, mas eu vi. E meu coração derreteu nessa hora. "Nossa... ele é sensível... a exposição realmente o tocou.", pensei eu. (Por pertencer a este meio artítico, gosto muito de ver o quanto as pessoas são tocadas pela arte, e principalmente por algo que particularmente me toca muito.)

Com todo mundo nos apressando, fomos pro jazz. Já estava rolando clima a semana inteira, mas o jazz foi o auge. Imagine um lugar com a sua música preferida, não só com vista para o mar, mas na beira do mar (literalmente), o céu super estrelado e boa companhia... Os dois conversando pelo olhar, sabendo exatamente o que cada um estava sentindo naquele momento. Eu o abracei por trás, ele encostou a cabeça no meu ombro. Fechei os olhos e curti um momento. Um solo de saxofone. O momento parecia perfeito para nós dois. A cumplicidade. Parece clichê, mas naquele momento para mim éramos só nós dois. O jazz acabou, nós voltamos para o acampamento. Olhares se encontraram. Nenhuma palavra foi dita, nenhum beijo trocado, mas algo aconteceu, os dois sentiram. E se nós estivéssemos em um mundo perfeito, eu teria me apaixonado naquele momento, naquele olhar.

4 de novembro de 2009

Homens comprometidos

por ..bee.. às 21:08 3 gritos de felicidade
Sempre fui o tipo de menina que não ficava com homem comprometido. Para mim sempre foi questão de princípio: quer ficar comigo? Então seja solteiro! Até que fiquei um pouco mais velha e comecei a pensar em quantos homens eu já não teria ficado que eram comprometidos e eu nunca soube... E aí o foco da questão mudou: eu não tenho obrigação nenhuma de saber se um cara tem namorada ou não... A não ser que ele me conte... E nesse caso, era um "bye bye, tchau, fui" garantido!

Até que chegou um ponto em que eu fiquei mais cínica e passei a não ligar mais para isso. Vamos encarar a realidade: para quem não quer se envolver, ficar com um homem comprometido é a melhor coisa do mundo! As regras do jogo são claras (é só uma vez e ponto final), a diversão é maior (que mulher nunca quis ser a outra?) e a intensidade também (principalmente porque existe a "segurança" de que ele não vai sair contando pra todo mundo).

O problema é quando bate uma ressaca moral no dia seguinte, e em meio a lembrança dos beijos (e algo a mais), vem a dor na consciência... Vem a vozinha que diz "ficar com homem comprometido é errado"... O consolo surge em meio a conversa com as amigas: quem tem namorada é ele, e não eu! Quem deve fidelidade é ele...

No entando, até onde um homem que tem namorada e fica com outra menina é comprometido? Estar namorando é uma coisa, estar comprometido é outra. É possível estar namorando sem se comprometer, e se comprometer sem estar namorando. Comprometimento é se preocupar com o outro, é não querer magoá-lo... É respeitar, é cuidar da relação. É mais uma questão de maturidade do que de amor ou paixão.

E se ele não é comprometido, por que eu deveria ser?
 

beah.volgari Copyright © 2012 Design by Giulia Azevedo Vintage Mustache