17 de maio de 2010

Encontros e desencontros: o Espantalho

por ..bee.. às 14:09 3 gritos de felicidade
No auge dos meus 16 anos, eu o conheci. Garotinha boba, era a dona do mundo dentro do colégio, até resolver tentar a sorte em um outro. Colégio menor, mas mais assustador, afinal eu havia estudado no outro a minha vida inteira e todo mundo me conhecia. Ainda me sentia um peixinho fora d'água, querendo me adptar e ao mesmo tempo me descobrir, saber que eu era.

Eu o conheci nas Olimpíadas. Ele era o completo oposto de mim. Pisciano, tímido.. Enquanto eu estava sentada em uma roda de amigos, ele estava em um canto, apenas observando. Nossos olhares se cruzaram e eu comecei o meu jogo. Queria saber que era aquele cara. Alto, bonito, cabelos castanhos claros de cachinhos, olhos castanhos claros. Olhar marcante, mas carinha de assustado, de menino. Um amigo em comum nos apresentou e começamos a conversar em um grupo de 6 ou 7 pessoas. De repente eu percebi que as outras pessoas sumiram, e que nós estávamos sozinhos conversando há bastante tempo já. Gostei dele. Era o tipo de pessoa que conversava com os olhos. No final do dia, eu já estava falando que o amava.

As Olimpíadas eram na última semana de aula, e assim que acabaram, entramos de férias de meio de ano. Tratei de conseguir o msn dele e aí foi o real começo de tudo. Passávamos horas conversando dos assuntos mais variados possíveis: amor, filosofia, cultura inútil... Ele se tornou meu fiel companheiro das madrugadas de insônia. O Espantalho é uma das pessoas mais curiosas que eu conheço (e mais inteligentes também!): qualquer assunto é papo, qualquer oportunidade de aprender algo novo é lucro, qualquer pesquisa pode ser divertida! Ele era meu confidente. Falávamos besteiras, falávamos de coisas sérias. E eu já disse e repito: você quer conquistar um geminiano? Converse com ele! Converse muito e mostre que você consegue acompanhar o ritmo dele: ele vai estar nas suas mãos em dois tempos.

Eu adorava falar besteiras, sempre o deixava sem graça no início.. Mas depois ele se acostumou. Em uma dessas madrugadas à toa, eu lhe disse que ele era melhor que Jack Daniel's (sempre disse para ele que Jack Daniel's era o melhor amigo de toda mulher) e foi daí que veio o seu primeiro apelido: Jack. Gosto de dar apelidos às pessoas, gosto da noção de intimidade que isso nos dá, mas mais ainda gosto da ideia de ter um algo especial. O Espantalho veio depois de um episódio de Nip/Tuck, no qual uma mulher se suicidava na frente do amante porque ela descobriu um câncer de mama, e não queria "definhar" ou fazer a quimioterapia. Ela se despedia dele assim: "Adeus, Espantalho! De todas as pessoas desse mundo, você é de quem eu mais vou sentir falta.". Naquela noite, eu me despedi dele assim. E o apelido pegou. Jack Scarecrow: o meu Espantalho.

Como não podia deixar de ser, acabei me apaixonando pelo Espantalho. Ele foi a primeira pessoa para quem eu me declarei. Para quem eu disse com todas as letras: estou apaixonada por você. Sofri quando ele disse que não era recíproco. Chorei. Superei e comecei a namorar. Foi então que ele se descobriu apaixonado por mim. Mas eu não podia simplesmente largar o meu namorado, não podia não tentar viver uma outra história, não saber onde ela me levaria. Choramos juntos, lamentamos o desencontro e a ironia do destino. Poucos meses depois, eu terminei meu namoro. Corri para contar para o Espantalho, mas dessa vez era ele quem estava envolvido com alguém. Respeitei o espaço dele, assim como ele respeitou o meu. Mas continuamos amigos, continuamos por perto um do outro.

Ao longo de 6 anos, nos tornamos bons amigos. Daqueles que não estão o tempo todo juntos, mas que quando precisam sabem onde encontrar. Daqueles que estão sempre no pensamento um do outro, mesmo quando não estão por perto. No início do ano passado, estávamos ambos solteiros e resolvemos sair. Nada demais, uma tarde no shopping, com açúcar, café, boa conversa, boa companhia. Tive medo de arriscar alguma coisa, ele tentou, eu travei. Não sei ao certo o motivo. Tenho medo de magoar o Espantalho e perdê-lo. Tenho medo que o nosso tempo já tenha passado e que insistir nisso seja uma burrice.

Ao longo de 6 anos, tivemos muitos encontros e desencontros. Ele sempre esteve junto de mim em momentos bons, em momentos ruins, em momentos de crise. Ele é sempre uma constante na minha vida. Ele é o homem com quem eu posso contar. Ele é aquele cara que sempre me viu chorando por outros caras, aquele que dizia que os idiotas eram eles, que não me mereciam. Ele é um amigo com nenhum outro. Ele é a pessoa que me conhece e que me entende quando nem eu mesma me entendo. Ele é o meu Espantalho. Ele é ele! E sim, ele é o único homem de quem eu morroooooooo de ciúmes toda vez que me conta uma história sobre uma nova garota.

#amomto

5 de maio de 2010

Always the bride's made, never the bride

por ..bee.. às 13:17 2 gritos de felicidade
Musiquinha da Madonna que já dá o tom de como eu estou ultimamente, né?! E se a próxima coisa boa não for tão boa assim?! Chegou a hora de contar a história do WildCat aqui.

Nos conhecemos numa baladinha, como eu já falei. Me xinguei de burra e muito mais quando não peguei o telefone dele ou o msn. Acontece que o destino deu uma mãozinha ao acaso e... Duas semanas depois nos esbarramos na mesma balada. Fofo, ele veio falar comigo, perguntou porque eu não o adicionei no orkut e.. Conversa vai, conversa vem, ficamos e trocamos contatos. Noite ótima!

Continuamos aquele flerte por msn na semana seguinte, e acabamos marcando de sair. Íamos a um barzinho, mas chegando lá ele lembrou que tinha jogo do Flamengo, e então fui eu, toda trabalhada no salto alto e vestido vermelho fatal para um botequim ver jogo. Tudo bem, teria ido para a lua com ele se ele tivesse pedido! =X Chegamos no botequim, e a irmã dele e os amigos também estavam lá. Confesso que fiquei brochada. O que era pra ser um programinha casalzinho, acabou se tornando um programa de galera. Mas gostei de conhecer a irmã dele. Ela fui super simpática comigo, e acabou me deixando em casa depois.

Não sou o tipo de menina que coloca pressão para encontros acontecerem, ou que acha que só porque saiu mais de uma vez vai acontecer algo... Até porque o Carnaval era uma semana depois e ele já tinha comentado que iria para Diamantina. Sumi do mapa! Mas fiquei com gostinho de quero mais. Em um belo sábado a noite, saí para o videokê com umas amigas da época de colégio e resolvi mandar sms para ele, como quem não quer nada. Não foi a minha surpresa quando ele não respondeu.

Porém, dois dias depois recebi uma sms de volta, dizendo que ele estava sem crédito. Há essa altura, eu já estava pensando: "Beleza, tah na minha rede!". Continuei o contato e acabamos saindo de novo naquela semana.. Para uma festinha de medicina dessa vez.

Se ninguém percebeu isso ainda, eu sou usuária acídua de tecnologia. Tenho blog, msn, orkut, facebook, twitter e não sei viver sem meu celular ou internet. Assim sendo, meus contatos com as pessoas normalmente variam entre um desses meios de comunicação, raramente uso o telefone, a não ser que seja o celular. E dessa forma, fui mantendo contato com o WildCat. Achava fofo como ele sempre me respondia, sempre me chamando de linda. Vamos combinar? Quando você tem um cara que é praticamente galãzinho na cidade, que parece com o Zac Effron (daí o apelido), te respondendo sms e te "dando moral" (como nós dizemos aqui no Rio), o ego agradece, né?!

O auge dessa comunicação toda foi no feriado passado. Depois de alguns desencontros, ele disse que não viajaria no feriado e que poderíamos fazer alguma coisa. Como eu estaria sozinha em casa, convidei-o para assistir filme e beber vinho. Minhas amigas também iriam, então não teria "perigo". Ele foi um fofo! Levou os filmes, levou sorvete de morango para mim (eu falei que amava sorvete de morango na 1ª vez que a gente ficou). Ficamos de casalzinho a noite inteira, e ele fazendo questão de conversar com as minhas amigas, super interagindo, sem o menor problema. Pensei: "hum, esse é um achado!".

Domingo a noite, mando eu uma sms pro WildCat e começam os sinais de problema: ele não respondeu. Mulher burra que sou, ignoro os sinais e penso: "ah! ele deve estar sem créditos!". Eu sabia, mas queria ignorar os fatos. Aquela boa e velha história: se isso te faz feliz, não pode ser tão ruim. Esperei a semana inteira, e nada dele responder. Ignorando o bom senso e os conselhos das minhas amigas, na 5ª feira eu mandei um sms dizendo que iria em uma festinha de medicina com tequila (eu sabia que ele adora tequila). E nada do sujeito responder. Pensava que pelo menos ele apareceria na festa. E nada!

Ontem fui ver meu orkut, e quem tinha fuxicado? O próprio! Fui fuxicar de volta (mania!!!) e deixar um recadinho e advinha o que eu encontro?! Não é que o PALHAÇO está namorando?! UMA semana depois de ter ido lá em casa e sido todo fofo?!?! É nessas horas que eu lembro da Roberta do HTP: é tudo palhaço mesmo! Nem pra ter a descência de me dizer que está namorando...

1 de maio de 2010

Descobri que sou muito boba...

por ..bee.. às 23:29 2 gritos de felicidade
Estava relendo as cartas que eu escrevi e não mandei e descobri que eu sou muito boba quando estou apaixonada. Faz tempo que eu sigo o Mulé Burra, mas ainda tinha a esperança de não me encaixar nesse padrão. No meu caso, acho que talvez isso se deva à minha mãe. Não, não quero culpar a minha mãe pelos meus problemas, só estou constatando um fato: o exemplo que eu tive dela.

Escorpiana, minha mãe é mulher intensa, que ama incondicionalmente. Casou com o 1º namoradinho mais sério que teve: meu pai, pisiciano indeciso. Passaram por poucas e boas juntos, e ela sempre acreditou que seria assim. Acho que ela teria enfrentado o mundo inteiro se soubesse que ia ser assim para sempre: os dois juntos.De certa forma, acho até que ela enfrentou. Quando todo mundo dizia para ela desistir, ela insistiu. Por ela, pelo meu pai, e por mim e pela minha irmã. Talvez ela tenha ido além dos limites dela, mas tenho certeza de que ela acreditava profundamente que estava fazendo a coisa certa, lutando pelo amor.

Meus pais perderam o 1º filho deles, meu irmão mais velho Fernando, quando ele tinha 2 aninhos. Os dois ficaram um caco, minha mãe não queria sair da cama mais e meu pai ia para casa cada vez menos. Nessa, meu pai acabou conhecendo um outra mulher, que tinha um filho com a idade do Fernando e eles tiveram um caso. Quando meu pai voltou com a minha mãe (sim, minha mãe sabia do caso e o aceitou de volta mesmo assim), tanto mamãe quanto a outra mulher descobriram-se grávidas. Mulher forte e decidida que é, minha mãe confrontou o meu pai e mandou ele escolher, porque com as duas ele não ficaria. Meu pai quis ficar com a minha mãe e eu. A outra mulher prometeu não interferir na nossa vida, e assim ela o fez. Minha mãe no entanto fazia questão de lembrar o meu pai que ele tinha outro filho além de mim. Sempre que eles saiam, e compravam alguma coisa para mim, compravam para o Vinícius também. Meu pai não quis muito contato com o meu irmão, mas quando crescemos, eu e a minha irmã conhecemos o Vinícius. Mais uma vez ressalto a força e a determinação da minha mãe: quem nos contou a história toda foi ela, e quem nos apresentou também.

Acredito que sou quem eu sou hoje devido à maneira como ela me criou. Minha mãe é uma leoa quando se trata de defender quem ela ama e o que ela acredita. Acho que sou um pouco assim também. Mas mais ainda, minha mãe é aquela mulher que faz de tudo por quem ela ama, para não ter arrependimentos, para que ela saiba que ela tentou de tudo, e se não deu certo era porque não era para ser mesmo. Talvez vocês a julguem como submissa demais, e eu confesso que por muito tempo eu a julguei assim também. Mas hoje eu vejo de uma maneira diferente. Minha mãe é aquela mulher que ama incondicionalmente. E eu... Eu sou aquela que compra roupinha para o bebê dele com a outra.

Sim, eu sou uma boba mesmo.

 

beah.volgari Copyright © 2012 Design by Giulia Azevedo Vintage Mustache