1 de maio de 2010

Descobri que sou muito boba...

por ..bee.. às 23:29
Estava relendo as cartas que eu escrevi e não mandei e descobri que eu sou muito boba quando estou apaixonada. Faz tempo que eu sigo o Mulé Burra, mas ainda tinha a esperança de não me encaixar nesse padrão. No meu caso, acho que talvez isso se deva à minha mãe. Não, não quero culpar a minha mãe pelos meus problemas, só estou constatando um fato: o exemplo que eu tive dela.

Escorpiana, minha mãe é mulher intensa, que ama incondicionalmente. Casou com o 1º namoradinho mais sério que teve: meu pai, pisiciano indeciso. Passaram por poucas e boas juntos, e ela sempre acreditou que seria assim. Acho que ela teria enfrentado o mundo inteiro se soubesse que ia ser assim para sempre: os dois juntos.De certa forma, acho até que ela enfrentou. Quando todo mundo dizia para ela desistir, ela insistiu. Por ela, pelo meu pai, e por mim e pela minha irmã. Talvez ela tenha ido além dos limites dela, mas tenho certeza de que ela acreditava profundamente que estava fazendo a coisa certa, lutando pelo amor.

Meus pais perderam o 1º filho deles, meu irmão mais velho Fernando, quando ele tinha 2 aninhos. Os dois ficaram um caco, minha mãe não queria sair da cama mais e meu pai ia para casa cada vez menos. Nessa, meu pai acabou conhecendo um outra mulher, que tinha um filho com a idade do Fernando e eles tiveram um caso. Quando meu pai voltou com a minha mãe (sim, minha mãe sabia do caso e o aceitou de volta mesmo assim), tanto mamãe quanto a outra mulher descobriram-se grávidas. Mulher forte e decidida que é, minha mãe confrontou o meu pai e mandou ele escolher, porque com as duas ele não ficaria. Meu pai quis ficar com a minha mãe e eu. A outra mulher prometeu não interferir na nossa vida, e assim ela o fez. Minha mãe no entanto fazia questão de lembrar o meu pai que ele tinha outro filho além de mim. Sempre que eles saiam, e compravam alguma coisa para mim, compravam para o Vinícius também. Meu pai não quis muito contato com o meu irmão, mas quando crescemos, eu e a minha irmã conhecemos o Vinícius. Mais uma vez ressalto a força e a determinação da minha mãe: quem nos contou a história toda foi ela, e quem nos apresentou também.

Acredito que sou quem eu sou hoje devido à maneira como ela me criou. Minha mãe é uma leoa quando se trata de defender quem ela ama e o que ela acredita. Acho que sou um pouco assim também. Mas mais ainda, minha mãe é aquela mulher que faz de tudo por quem ela ama, para não ter arrependimentos, para que ela saiba que ela tentou de tudo, e se não deu certo era porque não era para ser mesmo. Talvez vocês a julguem como submissa demais, e eu confesso que por muito tempo eu a julguei assim também. Mas hoje eu vejo de uma maneira diferente. Minha mãe é aquela mulher que ama incondicionalmente. E eu... Eu sou aquela que compra roupinha para o bebê dele com a outra.

Sim, eu sou uma boba mesmo.

2 gritos de felicidade:

Cris Medeiros on domingo, 02 maio, 2010 disse...

Eu vou olhar um outro ponto da questão... As mulheres são condescendentes com as "puladas de cerca" de seu homem, mas o contrário é bem mais difícil...

Minha mãe aguentou todas as traições do meu pai e não ganhou nada com isso. Ainda estão juntos hoje, só habitando o mesmo espaço físico e em guerra total... Preferia que eles tivessem se separado lá no início de tudo...

Beijocas

Vê Guimarães on terça-feira, 18 maio, 2010 disse...

Eu perdoei uma traição tb...

 

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